domingo, 23 de janeiro de 2011

A Flor

Nunca li o Pequeno Príncipe, mas li citações, uma delas diz que o tempo que dedicam a rosa é que determina a importância dela. Concordo em parte. Eu amo uma flor a quem me dedico há pouco. Ela é linda, delicada e corajosa, não precisei de anos pra perceber isso.

A chamo de flor porque ela é bonita, branquinha como as pétalas de margaridas e quando sorri reúne toda delicadeza do mundo. Este memo sorriso alegra qualquer dia de chuva, encaminha para luz qualquer alma perdida e até seca as lágrimas dos desesperados.

Também poderia chamá-la de leoa. Se sacrifica, é forte a ponto de poder dar força a quem precisa mesmo quando está gravemente ferida. Acho que ela gosta de gostar dos outros de verdade, isso é tão raro quanto nobre.

Ela gosta da noite, de pista de dança e de gente bonita perambulando pela madrugada. Não se limita a nenhuma caixa, inova e conhece músicas incríveis que nunca foram sucesso de crítica ou público.

Há dentro dela a fragilidade que acompanha todas as meninas românticas quando crescem, alguns sonhos engavetados e um amor mal resolvido. Isso chega a ser comum, o que faz dela única é forma como lida com isso.

Quase chorei ao ler uma carta onde ela abria o coração para alguém que escolheu estar distante, expunha todos os seus medos e incertezas, e se declarava com todas as letras.

Além de um texto lindo e cheio de citações, a coragem de se desarmar, de se entregar, me deixou extremamente comovida e orgulhosa. Ali, naquele momento, eu entendi porque eu a amo tanto, porque é uma das amigas de quem quero estar perto até o último suspiro e porque merece ser muito feliz. É simples e complexo optar por não ser fraca e seguir de cabeça erguida.

A vida gosta de quem gosta dela, de quem não tem medo de vivê-la e acredito que de certa forma faz essas pessoas se encontrarem, deve ser por isso que a gente se esbarrou. Obrigada, destino!

2 comentários:

  1. Deve ser mais do que flor. Deve ser pérola.


    (Mas leia o Pequeno. Vale à pena.)

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  2. Saint-Exupéry, autor do Pequeno Príncipe, enamorou-se certa vez, aos 43 anos, por uma menina de 23, casada, francesa.

    Com tudo o que aquele amor tinha de inapropriado, lançou-se ele, com aquarelas e poesias, a conquistá-la. Em dado momento, ao ver fracassar aquele romance, escreveu à ela:

    “Descubro com melancolia que meu egoísmo não é tão grande assim, pois dei ao outro o poder de me magoar. Menininha, foi com carinho que lhe dei esse poder. É com melancolia que a vejo usá-lo.” (1943)

    http://camilacaringe.blogspot.com/

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